terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sugestão de Leitura: Carlos Drummond

Olá leitores!! Tudo bem com vocês? Só para esclarecer: minhas aulas voltaram... Então vocês já podem imaginar como estou atolada e sem tempo, não é?? Haha


Bom, o post de hoje é uma sugestão muito legal! Particularmente, não sou muito de ler poesias e poemas. Mas sei que existem muitas pessoas que gostam! Então hoje eu resolvi dar uma sugestão de leitura! Meu avô também é um maníaco literário, assim como eu e vocês. E ele também tem uma biblioteca de tamanho considerável. E nesta biblioteca, descobri muitos livros bons e raros. Entre eles, um dos melhores livros de poesias que já li, A Rosa do Povo. Então resolvi compartilhar com vocês!

A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade

A Rosa do Povo é um livro de poesias brasileiro, escrito por Carlos Drummond de Andrade entre 1943 e 1945. É a maior obra do autor sendo composta por 55 poemas. A obra é considerada como uma tradução de uma época sombria (o final Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, nessa mesma época, um grande descontentamento da classe média e das elites intelectuais com a ditadura de Vargas) que reflete um tempo, não só individual, mas coletivo no país e no mundo onde o autor capta o sentimento, as dores, e a agonia de seu tempo. No título A Rosa do Povo, a rosa representa a poesia (expressão), das pessoas daquela época.



Neste livro, o poeta encaixa diversas temáticas, como a reflexão existencial, o povo, o cotidiano e até o amor, entre outras. 

O que mais gostei (e gosto) nos poemas é a incrível capacidade que o autor tem de contextualizar os acontecimentos históricos com sentimentos pessoais, e vice-versa. As temáticas abordadas são mais profundas do que simples poesias com boas rimas, mas refletem uma verdade assombrosa que o mundo vivia na época. O modo mais intelectual de protestar.

Se você deseja ler os poemas, vai uma dica: leia e releia, contextualize o texto e procure entender o que o autor quis dizer com aquelas palavras. Cada verso e cada estrofe tem um significado profundo, que merece ser observado, entendido, mastigado e deglutido.

A Flor e a Náusea 

Preso à minha classe e a algumas roupas, 
vou de branco pela rua cinzenta. 
Melancolias, mercadorias espreitam-me. 
Devo seguir até o enjôo? 
Posso, sem armas, revoltar-me? 

Olhos sujos no relógio da torre: 
Não, o tempo não chegou de completa justiça. 
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. 
O tempo pobre, o poeta pobre 
fundem-se no mesmo impasse. 

Em vão me tento explicar, os muros são surdos. 
Sob a pele das palavras há cifras e códigos. 
O sol consola os doentes e não os renova. 

As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase. 
Vomitar esse tédio sobre a cidade. 
Quarenta anos e nenhum problema 
resolvido, sequer colocado. 
Nenhuma carta escrita nem recebida. 
Todos os homens voltam para casa. 
Estão menos livres mas levam jornais 
e soletram o mundo, sabendo que o perdem. 

Crimes da terra, como perdoá-los? 
Tomei parte em muitos, outros escondi. 
Alguns achei belos, foram publicados. 
Crimes suaves, que ajudam a viver. 
Ração diária de erro, distribuída em casa. 
Os ferozes padeiros do mal. 
Os ferozes leiteiros do mal. 

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim. 
Ao menino de 1918 chamavam anarquista. 
Porém meu ódio é o melhor de mim. 
Com ele me salvo 
e dou a poucos uma esperança mínima. 

Uma flor nasceu na rua! 
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. 
Uma flor ainda desbotada 
ilude a polícia, rompe o asfalto. 
Façam completo silêncio, paralisem os negócios, 
garanto que uma flor nasceu. 

Sua cor não se percebe. 
Suas pétalas não se abrem. 
Seu nome não está nos livros. 
É feia. Mas é realmente uma flor. 

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde 
e lentamente passo a mão nessa forma insegura. 
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. 
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. 
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. 

E então, gostaram?? Um beijo, e até a próxima!!!


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Sugestão de Leitura: A Menina que Roubava Livros!

Olá, queridos! No meu último dia de férias, eu não podia deixar de postar no blog. E hoje uma sugestão que, provavelmente, muitos sabem mas não conhecem inteiramente.

Tenho o livro A Menina Que Roubava Livros desde a época de seu lançamento. Até comecei a ler, mas não época eu era muito nova, muito inexperiente e ainda não tinha descoberto que realmente gosto muito de estudar a Segunda Guerra Mundial. Parei de ler. E agora, o livro ressurgiu na mídia e em minha mente. Voltei a ler, e me apaixonei nas primeiras palavras.

A Menina que roubava Livros - Markus Zusak 



Sinopse: "A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.

Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.

A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto - e raro - de crítica e público."



Sem dúvidas, este livro é perfeito! Uma narrativa diferente que mais parece uma conversa informal, embora a narradora seja um tanto macabra: a própria morte. É uma história de lutas e tristeza, que tem como panos de fundo a história mais horrível que a humanidade já presenciou. 

Eu ainda não fui ao cinema ver a adaptação cinematográfica deste livro, mas pretendo - e muito! - ir logo! O Trailer já me deixou sem fôlego!!! 

Frases:

 “Por algum motivo, os homens agonizantes sempre fazem perguntas cujas respostas já sabem. Talvez seja para poderem morrer tendo razão"

“Uma definição não encontrada no dicionário: ‘Não ir embora’: Ato de confiança e amor, comumente decifrado pelas crianças”. 

"O ser humano é contraditório. Um punhado de bem, um punhado de mal. É só misturar com água."

“Está aí uma coisa que nunca saberei nem compreenderei - do que os humanos são capazes”. 

“Sei ser animada, amável, agradável, afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática.”




Espero que tenham gostado, pessoal!! Até a próxima!!!


 
;